A Moeda Corrente do Céu

A Moeda Corrente do Céu

“Só uma vida, logo passará; apenas o que foi realizado para Cristo durará”.

Quando meu cunhado Jim tinha 18 anos, recebeu o diagnóstico de que tinha um tumor cerebral maligno e que teria apenas alguns meses para viver. Entretanto o Senhor tinha outros planos, e após o tratamento, Jim viveu uma vida plena durante os vinte e dois anos que se seguiram. Neste último verão o tumor inesperadamente retornou, e desta vez ficou claro que os tratamentos médicos não iriam salvá-lo. Novamente disseram-lhe que só lhe restavam alguns meses de vida, e desta vez era verdade.

Durante seu culto fúnebre, o pastor pregou uma mensagem de salvação, porque era o que Jim desejava. Durante o culto, foi dada oportunidade para que as pessoas pudessem falar sobre Jim. Uma por uma, as pessoas compartilhavam breves histórias que se lembravam. E como cores que se iam acrescentando sobre uma tela, um retrato começou a emergir.

Havia histórias sobre as muitas viagens missionárias que Jim havia realizado. Recordações de aguardar por Jim enquanto ele terminava de conversar com um estranho que ele tinha ajudado. Histórias de ir a um passeio algumas semanas antes que Jim morresse e vê-lo derramar-se em lágrimas de preocupação por três amigos pelos quais ele estava orando, pedindo que viessem a conhecer o Senhor Jesus. Uma observação simples, mas profunda, resumiu as coisas: “Jim era um irmão para qualquer que precisasse de um, e um amigo para qualquer que desejasse um”.

Refletindo depois, eu pensei, “foi exatamente o culto que Jim desejava”. Não por razões superficiais tipo, quais pessoas vieram, ou quais cânticos tinham sido escolhidos, mas por causa do modo como ele foi lembrado. A conduta externa de Jim durante sua vida refletia os valores internos mais importantes para ele. Como resultado, mesmo quando nos lembramos do seu passado, as recordações que ele deixou conosco mantinham-se apontando para o seu futuro.

Outra observação durante o funeral me fez levar muito mais tempo para que eu pudesse absorvê-la completamente. Quando Jim foi informado que só teria alguns meses a mais de vida, não fez nenhum ajuste significante no seu dia a dia. Pense nisso! Se você só tivesse dois meses a mais de vida, gastaria este tempo vivendo precisamente como vive agora? O próximo fim de semana se assemelharia ao passado, se você só tivesse apenas um punhado de fins de semana para viver? No caso de Jim, sua vida diária foi afinada à freqüência das prioridades que ele já tinha definido, assim, havia muito pouco para mudar.

Tudo isso me fez enfrentar a questão: “Que prioridades e valores definem a minha vida?” Muito frequentemente sou inclinado a responder esta questão baseado em minhas intenções em lugar de minhas ações, ou seja, naquilo que sei que meus valores deveriam ser. Mas realmente, nossas ações são a indicação mais verdadeira. Nesta base, meu desempenho não é tão bom como eu gostaria. Graças a Deus, cada um de nós tem a oportunidade de proativamente moldar as características definidoras de nossa vida, se estivermos dispostos a fazer o esforço exigido para alcançarmos este objetivo. Gosto muito da história de Alfred Nobel, relatada por Randy Alcorn em seu livro “A Chave do Tesouro”:

Alfred Nobel derrubou o jornal e levou as mãos à cabeça. Foi no ano de 1888. Nobel era um químico sueco que fez fortuna ao inventar e produzir a dinamite. Seu irmão Ludvig havia morrido na França. Mas agora a aflição de Alfred pela morte do irmão transformou-se em completo desânimo. Ele tinha acabado de ler seu obituário em um jornal francês – não o obituário do seu irmão, mas o seu próprio! Um editor tinha confundido os irmãos. A manchete dizia “O Comerciante da Morte Está Morto”. O obituário de Alfred Nobel descrevia um homem que tinha ficado rico ajudando pessoas a se matarem. Chocado por esta avaliação de sua vida, Nobel resolveu usar sua riqueza para mudar seu legado. Quando morreu oito anos depois, deixou mais de 9 milhões de dólares de fundos para premiar pessoas cujo trabalho beneficiasse a humanidade. Os prêmios ficaram conhecidos como Prêmio Nobel. Alfred Nobel teve uma oportunidade rara – olhar para a avaliação do final de sua vida e ainda ter a chance para mudá-la. Antes de sua vida acabar, Nobel teve a certeza de que tinha investido sua riqueza em algo de valor duradouro.

Cada um de nós escolhe, ativa ou passivamente, como investimos nosso tempo e tesouro. O homem sábio investe sua vida cuidadosamente, usando as moedas correntes temporárias desta vida para ganhar riquezas que sempre durarão.
 
Autor: Mark Biller (Sound Mind Investing).
Artigo original, em inglês, The Currency of Heaven, soundmindinvesting.com.